CICLOVIAS DA VIA RÁPIDA
Os Concelhos de Matosinhos e do Porto, localizam-se no Litoral Norte, no Distrito do Porto. Conjuntamente com o Concelho de Vila Nova de Gaia, constituem a Frente Atlântica do Porto.
Estes dois Municípios da Área Metropolitana do Porto, são, também, dos mais antigos do país no que diz respeito à Mobilidade Suave. Nas décadas de cinquenta e sessenta do Século passado, a inauguração, quase simultânea, de importantes projectos de obras públicas, deram origem a uma grande Ciclovia entre a Freguesia de Leça da Palmeira (a Norte do Rio Leça) em Matosinhos, e a Cidade do Porto, na Freguesia de Francos, as Ciclovias da Via Rápida.
Com a inauguração da Via Rápida, até Francos, na década de 50; com a inauguração da Ponte Móvel sobre o Rio Leça, a unir as novas Docas Nº 1 e Nº 2, em 1959; com a inauguração da Estação de Passageiros na Gare do Porto de Leixões, em 1961 e, com a inauguração da Ponte da Arrábida e do troço Carvalhos - Porto, da Autaestrada do Norte, em 1963, realizaram-se também, um conjunto de arranjos urbanísticos na envolvente ao Porto de Leixões, nomeadamente nos acessos à Autoestrada do Norte.
Assim, nasceu um conjunto de Ciclovias, que começavam na margem direita do Rio Leça, junto à Quinta de Santiago, contornavam o Porto de Leixões, a montante, através de túneis e da Ponte Rodoviária (Via Rápida) sobre o Rio Leça, a “Ponte Grande”, seguindo até Francos, na cidade do Porto. A Ciclovia, do lado de Leça da Palmeira, derivava num acesso até à Rua Gonçalves Zarco (Santa Cruz do Bispo). Já do lado de Matosinhos, derivava uma extensão que terminava junto da antiga Estação CP de Leixões, enquanto outra, seguia daqui até Francos, na cidade do Porto, sempre a acompanhar a Via Rápida, no sentido Sul.
Ao todo, incluindo os acessos, eram mais de 11 quilómetros de Ciclovias, partilhadas com os peões. A partir de 1991, começaram a desmantelar os diversos Percursos das Ciclovias, restando, agora, poucas centenas de metros junto à Quinta de Santiago.
Em quase toda a sua extensão, as Ciclovias eram constituídas por dois segmentos - em cada sentido. Caso do Percurso das Quintas de Santiago e da Conceição, em Leça da Palmeira e, os Percursos da Via Rápida, na Zona Industrial, entre as Rotundas da Circunvalação (Produtos Estrela) e de Francos. Um segmento, com pequenos paralelepípedos, tipo “calçada portuguesa”, era usado para a circulação de pões e Bicicletas. O outro, em paralelepípedos de granito, de dimensões normais, era usado para o trânsito de motorizadas com menos de 50cc, proibidas de circular na Via Rápida (estrada de ligação entre a Autoestrada do Norte e o Aeroporto de Pedras Rubras).
Nos diversos túneis - com piso em paralelepípedos de granito, e entre a Ponte Grande e a Rotunda dos Produtos Estrela (Circunvalação) - com o pavimento rolante em betuminoso, as Ciclovias seguiam num canal único, para peões, Bicicletas e motorizadas, em ambos os sentidos da Via Rápida.
Actualmente, estas Ciclovias foram desmanteladas, quase na sua totalidade. Com o alargamento da Via Rápida e transformação em Autoestrada A28 (IC1), bem como a construção de novos acessos à Senhora da Hora e à A4, o espaço ocupado pelas Ciclovias foi absorvido pela via rodoviária, entre a Ponte Grande e a Rotunda da Circunvalação (Produtos Estrela), actual Rotunda da AEP. No Percurso entre esta rotunda e a Rotunda de Francos, actual Nó da VCI, as Ciclovias foram desactivadas e o canal para motorizadas, absorvido pelo alargamento da via rodoviária. O acesso à Estação CP de Leixões foi substituído pelos novos arruamentos de acesso ao Porto de Leixões e à Senhora da Hora, e pelo armazém de granéis líquidos de uma empresa petrolífera.
Na Ponte da Arrábida, equipada com 4 elevadores, dois em cada margem e em cada sentido, era, e ainda é, permitida a circulação pedonal. Em 2023, só um corredor se encontra aberto e em funcionamento, o do sentido Norte, a montante.
Fonte:
www.ciclovia.pt
Arquivo Histórico Municipal do Porto
23 de Setembro de 2023
https://www.ciclovia.pt